Uma coisa que eu reparo neste mar de pensamentos é que, paralelamente a todas as discussões mais ou menos fúteis sobre as obsessões que nos tomam as margens encefálicas quotidianas, existe sempre um pressuposto básico que cada um pressupõe que os outros também o partilham, ou pelo menos deveriam partilhar.
Esse pressuposto é a natureza e característica do que é a Verdade, do que são feitas as ideias, se existe algo que se pode denominar de Absoluto, se o Real é algo atingível ou representável, etc.
Esta discussão divide tradicionalmente duas oposições. Uma, que garante que o Absoluto existe, que é verdade que existe algo que se possa dizer absolutamente Verdade, que coisas totais são parte do nosso universo. Outra há que garante que o absoluto é uma invenção religiosa, ou pelo menos uma tradição religiosa, que a verdade, sendo uma catalogação humana de uma série de postulados sobre determinadas observações empíricas, nunca poderá ser maiusculizada e tornada Absoluta. Existe uma fingida de terceira (Rorty), que se denomina de minimalista, que diz que palavras como "verdade" só têm sentido se usadas de um modo muito específico, e que portanto todo o debate sobre a "Verdade" simplesmente desaparece como uma nuvem mística. Digo fingida, porque para mim, não passa de um Relativismo bastante particular e preciso, e portanto pertencente à "segunda" opção.
Ou seja, não há aqui Tertium Datur: negando a verdade absoluta como ilusória, entramos num universo de relações entre proposições e observações, de mutações no modo como se usam e se reinventam as representações dessas mesmas observações, seguindo as pressões sociais e culturais. No caso científico, uma enorme pressão para melhorar a precisão, a capacidade de previsão, a simplicidade, harmonia, beleza matemática, etc., resultaram numa representação da realidade que, em alguns campos, roçam mesmo a ideia que temos de verdade absoluta. O que é irónico é que foi necessária uma metodologia que pressupõe uma constante correcção e cepticismo nas representações vigentes da realidade, uma metodologia que compreende a fragilidade dos conceitos utilizados em qualquer situação, a contingência de toda a variável sobre todo o resto do sistema representacional, em suma, uma metodologia relativista, que permitiu chegarmos a um ponto *quase* absoluto.
E este quase é importante, porque O nega. Por mais precisos que sejamos, temos a perfeita noção de que não temos ainda a verdade absoluta, e que a precisão absoluta é inatingível. Temos um conhecimento frágil e contingente, mas extraordinário.
Eu, pessoalmente, nego a primeira proposição. Acho que a existência da "Verdade", até sendo possível a sua existência, é-nos tão útil como o deus dos filósofos. Se algo é eternamente verdade, seria até possível atingimo-la, mas como saberíamos, com toda a certeza? Seria, por definição, impossível. Logo, uma noção inútil.
filosoficamente está muito bem
ResponderEliminaragora qual é a verdade nisto
relativa
um interior que se desintegra
pessoas que cada dia menos têm
algumas vão às bibliotecas públicas despejar o que têm nas almas
na forma de blog
todos precisam de confessores religiosos ou leigos
Nascido e residente no Centro Histórico de Elvas, partilho a nossa humilde casa arrendada com a minha mãe septuagenária, minha irmã e o meu sobrinho de 13 anos. Trabalhei duas décadas numa loja do Centro que fechou. Hoje, quando tenho clientes faço pintura de construção civil. Toda a minha vida fui socialista até que a Câmara me usurpou o lugar do carro. Mudei o carro para mais longe de casa e a Câmara voltou a subtrair-me o lugar. Porquê tamanho desprezo? Então senti-me acossado na toca como raposa por cães raivosos. Por que razão a Câmara me tirou o lugar para pôr o meu velho carro com 11 anos(que ainda estou a pagar)? Que mal fiz eu à Câmara? Sempre votei no P. Socialista, agora sou órfão político. Bloco de Esquerda? Partido Comunista? Partido Socialista? Não! Partido Socialista não! Esses querem expulsar-me do meu Centro Histórico onde está a minha casa!
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Elvas
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Hino ao Nosso Senhor Jesus da Piedade.
que hão-de ter os homens senão fé, que resta a um homem a quem tiram tudo senão a sua fé
não o alimenta, mas dá-lhe força para viver com fome,não lhe dá emprego, mas dá-lhe esperança em dias melhores
com vírgulas ou sem birgúlags
há apenas indiferença e indiferença continuará a haver
os mortos e moribundos não me afligem grande coisa
já os vivos assombram-me as noites
portanto vocês blogs coisas imaginárias,são a distração que me impede de pensar
as pessoas por vezes pensam demais
devia exorcizar esses seus demónios da verdadeira
verdade
em livro projecto para arrancar
uns cobres ou níqueis
como sugeriram ao krippahl
homens de 40 e de 50 e quejandos que todos os dias têm um conhecimento frágil e contigente das suas realidades mas para sua infelicidade
não conseguem enlouquecer
eu felizmente sou amoral de nascença
mas de quando em quando dão-me uns picos
de resto prefiro a simplificação de W.reich
ResponderEliminare do seu livro escuta zé ninguem der rade der kleine do pequeno homem
do que das máscaras e do dismistificar as fraquezas e paranóias humanas do dito nietzch
krippahl nietzch, voismecê é um germanófilo?