quinta-feira, 9 de setembro de 2010

AG #6 - 48 hours

Lord Oxburgh conduziu um inquérito ao climategate, concluíndo que estava tudo porreiro pá, não houve incompetências nem fraudes nem nada. Um inquérito muito divulgado por toda a blogosfera como a prova final de que os cientistas são, afinal, pessoas de carne e osso, mas desonestos não, que isso não é coisa de cientista...

Houve quem no parlamento inglês não ficasse convencido com o detalhe e competência de um relatório de cinco páginas gerido por alguém com claros conflitos de interesse não declarados sobre o aquecimento global, pelo que ontem chamaram o senhor Oxburgh para uma conversa.

Steve McIntyre transcreve:

Q: we all appreciate . can I just clarify this point – you said that all the committee members stayed in Norwich.

Oxburgh – [unintelligible]

Q – OK. Does that mean that they were spending all their time on this report over that 2 week period?

Oxburgh – Not over 2 weeks. Probably over 4 days, 5 days something like that. They’d done a lot beforehand.

Q- How much time did each individual spend working on this report?

Oxburgh – Gosh, you mean altogether, not just in Norwich,

Q- You said that it had happened over a 3 week period but most of the time was spent in Norwich.

Oxburgh – People had done an immense amount of work before, one of the most important things. They had a really tough work schedule before they arrived. Then in Norwich, when they were there, they worked continuously. Total number of person-days spent on this was around 15. Something like that. It was… does that answer your question?

Note-se a evasão. 15 dias, mais ou menos, tendo em conta que se fizeram, mais ou menos, 4 não sei, talvez 5 dias de trabalho em Norwich, já nem me lembro bem, Mas não se conte assim pois sabe como é isto de pessoas cheias de trabalho e de uma competência enorme que não olha a horários, coisa tão século XX, essa das nove às cinco, hoje em dia as pessoas trabalham no avião, no carro, usando todo o tipo de tecnologias que nos serviriam para nos libertar e não escravizar, mas é este afinal o resultado! Por isso não nos condenem logo à partida por eu dizer apenas 4, 5 dias. O que é facto é que nem sabemos de tão pouco sono que temos disponível...

Steve McIntyre:

Through FOI requests, we have obtained the actual schedule of the Oxburgh panel online here.
(...)

Travel arrangements (obtained through FOI) show that this schedule was adhered to. Oxburgh arrived in Norwich at 6:30 pm on the evening of April 6 and had a train reservation back to Cambridge at 3.40 pm on April 8.
(...)

Re-reading the schedule, it seems that the panel only spent a relatively small portion of its time actually interviewing Jones, Briffa and the CRU Team – who, by the way, seem to have been interviewed collectively rather than individually – and most of its time in “Discussion”.

No doubt Oxburgh was happy to do a favor for the UK government Chief Scientist, but surely Beddington should have thought twice about asking a favour from someone who is chairman of a subsidy-seeking wind utility (Falck Renewables).

In addition to the session of the full panel on April 7 and part of April 8, previously on March 30, Lisa Graumlich had visited CRU together with Hand and Oxburgh and met with Briffa in the morning from 9.15 to 10.45 and had panel discussions as well.

As to Oxburgh’s description of his ordeal in Norwich as “4 days, 5 days”, I’m highly sympathetic to the idea that spending almost 48 hours in Norwich seemed like “4 days, 5 days”, but using conventional time measurement techniques – such as checking the day of the week – the panel actually spent less than two days in Norwich, skipping town just as Geoffrey Boulton arrived for his one interview with CRU the next day about proxies, neither panel having bothered to compare itineraries, with Oxburgh and Hand spending an extra day in Norwich (and Graumlich only one).

Again, while Oxburgh didn’t correct the impression that the MP had been left with, Oxburgh himself didn’t expressly say that the panel had spent “most” of three weeks in Norwich.




Independentemente de todas as confusões nas descrições, as capacidades destes cientistas espantam-me todos os dias, o feito de levarem 48 horas a fazerem um trabalho de 3 semanas é algo que ficará nos anais da gestão laboral e, certamente, um case-study para qualquer outra actividade tão transparente, e obviamente competente como esta.


Update:

Steve McIntyre faz um apanhado da situação noutro post:


Um artigo de Harrabin (BBC) muito interessante sobre este inquérito, já de 5 de Julho, a ver aqui:

tem um pormenor interessante:


Since this article was published, the University of East Anglia has told the BBC that it asked the Panel chaired by Lord Oxburgh to consider whether "data had been dishonestly selected, manipulated and/or presented to arrive at pre-determined conclusions that were not compatible with a fair interpretation of the original data". The university says it is not true that Professor Davies subsequently asked Lord Oxburgh to adopt a "narrower brief" of any kind.



O problema é que Lord Oxburgh não cumpriu esta missão, de todo, avisando que o seu papel não era avaliar a ciência. Que fez ele então? Uma reunião formaleca com uns tipos porreiros, assinar uns papéis rapidamente de modo a não perder a oportunidade de um bom jantar na companhia de tão ilustres cientistas...

5 comentários:

  1. se tens 28 em 1994 terias 14 logo pertences à geração apodada de "geração rascófila"
    omessa
    não fui eu que inventei os ateus moribundos

    já vi crentes morrendo e amaldiçoando deus
    e vi outros felizes por esta merda acabar

    é como a net um instrumento de trabalho que já não preciso e como o pago tenho de consumi-lo

    como o jap que corta alegremente as suas próprias tripas

    não abro as caixas de correio que tinha há 5 anos
    há mais de 5 meses

    e abro estas para escrever a desconhecidos que nunca verei, nem tenho intenção de ver


    isso diz muito sobre a consciência humana

    um homem semi-morto de fome tal como um cão cai no marasmo enrola-se e deixa-se morrer

    um homem com fome remexe no lixo, como os restos dos outros e rosna contra os cães bem alimentados

    dos cães e dos homens

    nada é real, nada é curioso, nada é sempre menos

    apanharam-me mais 5 caixas de correio ontem, os blogues espaços

    imaginários são terrivelmente territoriais

    as guerras e o mundo existe apenas na ima gina ção das pessoas

    e infelizmente tal como os cães não têm muita imaginação

    precisam de a estimular com venenos orgânicos


    chaos will always prevail. it is better organized.

    I thought what I'd do was, I'd pretend I was one of those deaf-mutes. That way I wouldn't have to have any of those goddam stupid useless conversations with anybody. If anybody wanted to tell me something, they'd have to write on a piece of paper and shove it over to me. They'd get bored as hell of doing that after a while, and then I'd be through with having conversations for the rest of my life. - J.D. Salinger (1919-2010)
    thoughts and chaos by
    john raynes
    [ jeraynes[at]gmail[dot]com ]
    present past:
    suicide note
    euphoria and broken glass
    tear drop
    requiem for lothorethiel
    self-inflicted pain
    requiem for lothorethiel (II)
    the girls we followed home
    guest stars:
    anonymous
    delerium14
    alice
    shelyra
    jill
    virginia
    second home:
    jardim de micróbios
    songs out of darkness:
    a fine frenzy
    atlanthea(rodrigo)
    cinemuerte
    muse
    okkervil river
    radiohead
    the pains of being pure at heart
    politically speaking:
    a causa foi modificada
    arrastão
    blasfemias
    blogue dos marretas
    causa nossa
    corta-fitas
    da literatura
    delito de opinião
    estado sentido
    farmácia central
    hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
    j.p.coutinho
    mar salgado
    o insurgente
    origem das espécies
    portugal dos pequeninos
    revista ler
    voz do deserto
    we have kaos in the garden
    31 da armada
    personal favourites:
    aurea mediocritas
    complexidade e contradição
    corpo em excesso de velocidade
    locus amoenus
    ouriquense
    postsecret
    sem filtros nem nada
    vontade indómita
    cheering me up:
    fail blog
    lolcats
    xkcd
    friends:
    calma nos blastos
    cenas do arco da velha
    cinzento colorido
    da poptarts
    delerium14
    espaço de ensaio
    hoje voltei a ver
    i'm just killing time
    lady chatterley
    letras e grafias
    million dollar kiss
    na nossa agenda
    o que diz molero
    resma de esquissos
    restless perceptions
    said words
    vai d'escadas
    outside world:
    saída de emergência
    associação épica
    recent chaos:
    Silence as a weapon
    Euphoria and broken glass [republished]
    The useless struggle
    Scarecrows, take arms
    The scarecrow
    The disaster
    Enough
    As it seems, the best movie of the year...

    assi como assi só um gajo te veio cá comentar algo
    devias pôr um contador
    porque se estás a fazer isto só para ti
    devias escrever num papel, dura mais

    se estás fazendo para outros é tempo perdido
    raros são os que querem ler os outros
    são Pedros Ferreira's olhem o que eu escrevo...
    só há 2 géneros de romances os bons e os maus....
    uma desvantagem da tv cabo meo e quejandos

    é que se têm mais conteúdos a merda incluída é proporcionalmente maior Quercus Gays ou Guys
    incluidos

    por isso 4 ou 5 dias ou 5 anos de análise dá no mesmo a qualidade é pedro ferreirística

    ResponderEliminar
  2. Quem tem dúvidas sobre o propósito do site, deveria ler o primeiro post :). Está lá escarrapachada a intenção do mesmo. Quanto ao teu solipsismo, pouco posso fazer para te ajudar. Tens de ser tu próprio a descobrir-te outra vez e fazer algum sentido da vida. Será uma metodologia religiosa? Enfim, religiosa no seu sentido original, "religare" com o mundo, com o universo. É necessário? Não. Mas enquanto não se tem alguma ligação com o universo, nem que seja uma ligação ateísta, anda-se por aí a vaguear, dizendo coisas sem sentido, sem ordem, sem organização, informação inútil indistinto do ruído quântico.

    É obrigação do homem reduzir esse ruído. Tal como o é levar o lixo ao lixo. Cuidar da casa, varrer o chão, lavar a loiça. Fazer a barba, rija ou não. Viver

    Words they cannot love, don't waste them like that, cause they'll bruise you more...


    Há quem use estes espaços como espaços didácticos. Sim, para si mesmos. E para quem queira, ou saiba. Para organizar o seu próprio pensamento. É um imperativo moral, especialmente quando se tem filhos.

    ResponderEliminar
  3. dizendo ? eu não digo nada nem nunca lhe direi nada
    eu limito-me a escrever

    coisas sem sentido, sem ordem, sem organização, informação inútil indistinto do ruído quântico...oh excelsa pessoa é tudo ruído

    alguns creêm vislumbrar ordem, sentidos organizações, territórios onde eles não existem

    outros pretendem extinguir personificações maléficas inexistentes

    outros pretendem ter moral...mas raramente a praticam


    durante 3 anos ou mais insultaram-se uns aos outros

    trouxeram citações do inglês ao latino passando por línguas mistas

    e fizeram um jogo que sem fim discernível

    pense o que quiser

    o que é o lixo?

    coisas que considera lixo são o modo de vida e o alimento de centos de pessoas nesta cidade em que vivo

    você é uma pessoa neste momento que pode fazer opções, num momento tudo pode mudar
    e as suas opções reduzir-se-ão a viver ou morrer

    imperativos morais...ah um crente...eu sempre o soube

    ResponderEliminar
  4. a sua lógica nada me diz

    a falta de lógica desta prosa...diz-me muito

    blog? São ensaios cegos, lúcidos, físicos & metafísicos. É uma mente deteriorada e uma mão cansada. Ou incansável. Relógios parados. E sangue? (...) Mas sobretudo perda de tempo. E possivelmente mais qualquer coisa. Não sei. Incerteza também.

    ResponderEliminar