domingo, 18 de julho de 2010

Slavoj Žižek



Personagem que me tem fascinado ultimamente. Dos poucos marxistas por quem tenho admiração, não tem papas na língua e não tem problemas em analisar as questões mais difíceis. Intenso e criativo, é um chorrilho de ideias a fluir diante de nós, propondo sempre uma maneira diferente de ver as questões. Comunista sem vergonha, mas reconhecendo no entanto a superioridade do mercado em lidar com a economia em geral, desdenhoso do chamado liberalismo com uma "face social" mas ao mesmo tempo extraordinariamente crítico aos excessos de poder de tipos como Chávez. Gosto sobretudo da maneira como ele recusa a morte da ideia do comunismo, que nasce a partir da ilusão Fukoyamista de que a História "acabou", e que hoje o que é importante é a gestão dos bens, e não a ideologia. Zizek mostra-nos que esta visão é completamente estúpida e cega, já que os avanços tecnológicos, sociais e políticos nunca foram tão grandes, e isto indica que temos novos problemas, novas questões a resolver.

É nesta senda que nos fala das questões da propriedade intelectual, dos problemas ecológicos e da bio-tecnologia, da internet e de imensas outras questões prementes ao século XXI, que nunca foram confrontados antes, e onde o mercado não parece ser a resposta mais "natural" aos problemas (ao contrário da propriedade material, onde a tendência natural da sociedade é organizar um mercado baseado na defesa da propriedade).

São ideias interessantes, e aquilo que gosto mais é a honestidade radical do pensamento, a criatividade das ideias, e uma noção de que a ideologia não é uma ideia estática de como devemos organizar uma economia, mas uma ideia de princípios que pode ou não funcionar em diferentes circunstâncias, ecologias ou sistemas.

2 comentários:

  1. isto é engraçado
    e porque não um arquitecto pode ter ideias sobre a reconstrução de outras estruturas

    recusa a morte da ideia do comunismo, que nasce a partir da ilusão Fukoyamista de que a História "acabou", e que hoje o que é importante é a gestão dos bens, e não a ideologia. Zizek mostra-nos que esta visão é completamente estúpida e cega, já que os avanços tecnológicos, sociais e políticos nunca foram tão grandes, e isto indica que temos novos problemas, novas questões a resolver.


    É nesta senda que nos fala das questões da propriedade intelectual, dos problemas ecológicos e da bio-tecnologia, da internet e de imensas outras questões prementes ao século XXI, que nunca foram confrontados antes, e onde o mercado não parece ser a resposta mais "natural" aos problemas (ao contrário da propriedade material, onde a tendência natural da sociedade é organizar um mercado baseado na defesa da propriedade).


    São ideias interessantes, e aquilo que gosto mais é a honestidade radical do pensamento, a criatividade das ideias, e uma noção de que a ideologia não é uma ideia estática de como devemos organizar uma economia, mas uma ideia de princípios que pode ou não funcionar em diferentes circunstâncias, ecologias? адресу ou sistemas.

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  2. ou será que um arquitecto só pode pensar em arquitectura? :)

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